quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Liga de Clubes

Nova liga de clubes é a esperança do basqueteVinte dos times mais tradicionais do País se uniram com aval da CBB para organizar o próximo Nacional

São Paulo - O ano de 2009 promete ser de virada para o basquete brasileiro com a realização do primeiro campeonato organizado por uma liga de clubes com a chancela da Confederação Brasileira de Basquete (CBB). Pode ser o pontapé inicial da revitalização do esporte, alquebrado pela ausência do time masculino nas últimas três Olimpíadas e as brigas entre o presidente Gerasime Grego Bosikis e os dirigentes das equipes. Mas o sucesso da iniciativa está nas mãos de uma delicada negociação entre o staff da Liga e as emissoras de TV interessadas em transmitir o torneio. Para que se compreenda a situação é necessário voltar no tempo. O ano de 2005 marcou o primeiro racha entre a CBB e os clubes. Liderados pelo ex-jogador Oscar, foi criada uma liga, que organizou um campeonato paralelo - a Nossa Liga de Basquete (NLB). A primeira temporada foi disputada, mas a iniciativa não prosperou. Vários clubes ''rebeldes'' decidiram não participar da edição seguinte e voltaram a disputar do Nacional promovido pela CBB. O descontentamento, no entanto, não terminou. Este ano, por exemplo, os principais clubes de São Paulo decidiram ficar de fora do Nacional, alegando que seria mais rentável ''esticar'' o Campeonato Paulista do que bancar do bolso as despesas do Nacional. A competição da CBB foi disputada sem os paulistas e transmitida pela SporTV, que já acertou os direitos da transmissão do campeonato do ano que vem. É aí que a coisa fica complexa. Para fazer um campeonato com a chancela da CBB em 2009, a Liga terá de renegociar o contrato vigente entre entidade máxima do basquete brasileiro e a SporTV. Os clubes querem uma renegociação com valores mais altos - alegam que quando a CBB assinou o acordo, boa parte dos clubes da Liga atual estava fora do Nacional. Além disso, vários equipes são favoráveis ao fim da exclusividade na TV. A ESPN Brasil e a Bandsports já sinalizaram interesse na transmissão. O presidente da Liga, Kouros Monadjemi, é cauteloso quando o assunto é o acordo da TV. Deixa claro que a última coisa que deseja fazer é declarar uma guerra com a SporTV, mas admite que o contrato atual não agrada os integrantes da Liga. ''Não queremos peitar ninguém'', diz o ex-presidente do Minas Tênis, que ainda cultiva bom relacionamento com a CBB e espera conseguir ''costurar'' o acordo entre a entidade, a Liga, e as TVs. O objetivo é acertar tudo amigavelmente e manter o que faz da Liga atual mais forte as anteriores: a união de clubes que já estiveram de lados opostos politicamente. A Liga está em fase de oficialização. ''Esperamos que até o fim do mês toda a parte burocrática, como registro e CNPJ esteja resolvida'', diz Kouros. Mas o grupo não está parado. Enquanto uma parte negocia com as TVs, outra planeja o formato do campeonato e detalhes como tabela, bolas, arbitragem. ''Vai ter 16 ou 18 clubes. Isso deverá ser definido em breve'', afirma o dirigente. A Liga Nacional de Basquete (LNB) conta com os seguintes clubes: Flamengo, Nova Iguaçu, Universo/Brasília, Minas, Uberlândia, Joinville, Salvador-BA, Londrina, Pinheiros, Paulistano, São José-SP, Bauru, Araraquara, Rio Claro, Franca, Assis, Limeira, Lajeado-SC, Cetaf-ES e Saldanha da Gama-ES.
Valéria Zukeran
Agência Estado



Londrina pode contar com dois representantes
A FOLHA entrou em contato com o secretário geral da Liga de Clubes, Carlos Ferro, que informou que as duas equipes masculinas de Londrina – Inesul, do técnico Leitinho, e ULB, de José Saviani, – enviaram a inscrição dos atletas que participarão do próximo campeonato e ambas manifestaram o interesse de participar. ‘‘Recebemos até a semana passada a relação dos jogadores de todos os clubes interessados em jogar essa primeira Liga e faremos uma avaliação técnica dos elencos. Se verificarmos que uma ou outra equipe é muito fraca não vai jogar o campeonato na Divisão A’’, avisou Ferro, repetindo o discurso que vem sendo mantido pelo presidente da Liga, Kouros Monadjemi. Segundo ele, a intenção é ‘‘não excluir ninguém da lista’’, mas desde que não comprometa o nível da competição. ‘‘As equipes de investimento menor deverão disputar uma Divisão B, que vamos criar já neste próximo campeonato. Porque é melhor termos uma Liga de acesso bem disputada do que times fracos levando uma surra de pontos dos times de grande investimento na Divisão A’’, informou. De acordo com o técnico Leitinho, da Inesul, esse novo campeonato deverá ganhar credibilidade por ter acesso e descenso. ‘‘Deverá ser um sucesso porque todos os grandes paulistas estarão presentes, não havendo mais a divisão que aconteceu nas edições anteriores’’, afirmou. No Nacional 2008, por exemplo, houve brigas entre a CBB e os paulistas, por causa do calendário, e só participou a Ulbra/São Bernardo pelo Estado. Na nova Liga, segundo informou Leitinho, cada equipe fundadora pagará uma taxa de franquia de R$ 40 mil. ‘‘Como farão esse investimento inicial para entrar, a possibilidade de desistirem no meio da competição é mínima’’, raciocinou.
(J K/Reportagem Local)
Fonte : folhadelondrina.com.br

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